TITÂNIO
O titânio é um metal amplamente utilizado na fabricação de biomateriais devido às suas excelentes propriedades físicas, químicas e biocompatíveis. Esse elemento químico, com o símbolo “Ti”, destaca-se por sua resistência à corrosão, alta durabilidade (resistência mecânica), biocompatibilidade e leveza. Geralmente é extraído de dois tipos principais de minérios:
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Rutilo - TiO2 (mais fácil de processar devido ao seu maior teor de dióxido de titânio)
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Ilmenita - FeTiO3 (mais comum que o Rutilo)
O método mais utilizado para a obtenção de titânio metálico é o processo kroll, onde o minério é misturado com cloro e aquecido, transformando-se em tetracloreto de titânio (TiCl4). Em seguida, é misturado com magnésio ou sódio e aquecido novamente, gerando o titânio metálico.
Em algumas situações pode ser necessário que o titânio passe por várias etapas de processamento até obter o produto final, tais como fundição, forjamento e tratamento térmico. Existe também técnicas avançadas para o processamento do titânio, como a metalurgia do pó, que consiste em comprimir o titânio em pó em formas simples ou complexas. Tem, ainda, a formação superplástica onde o titânio é aquecido até ficar maleável como uma massinha, o que facilita moldá-lo em formas complicadas.
Quando usado como biomaterial, pode apresentar as seguintes características:

Elasticidade similar ao osso
A elasticidade do titânio é mais próxima à do osso humano do que de outros metais, como o aço inoxidável. Isso ajuda a evitar que o osso ao redor do implante enfraqueça devido à diferença na rigidez.
Leveza e força
Por ser um material leve e muito resistente, o titânio se torna ideal para implantes que precisam suportar bastante peso sem aumentar a carga do corpo.
Resistência à corrosão
O titânio forma uma camada passiva de óxido na sua superfície que o protege contra a corrosão, mesmo em ambientes agressivos como os fluidos corporais, que contêm cloretos e outras substâncias que podem corroer metais.
Biocompatibilidade
O titânio é bem aceito pelo corpo humano, permitindo uma boa integração com tecidos ósseos. Com isso, favorece o processo de osseointegração, que é crucial para implantes dentários e articulares.
Por que sou usada?
ONDE SOU USADO?
Em sua forma pura ou em ligas, o titânio é comumente empregado em cirurgias ortopédicas e odontológicas, especialmente em implantes dentários, fixações ósseas e de reconstruções craniomaxilofaciais e dispositivos médicos, como parafusos e placas.
Pino de titânio:
implante odontológico
Compatibilidade com o organismo, osteointegração,
resistência mecânica e a corrosão e durabilidade
No caso dos implantes dentários, o titânio é utilizado para substituir a raiz do dente.

Ligas de titânio: implante ortopédico

Compatibilidade com o organismo, osteointegração, resistência e durabilidade
Nos implantes ortopédicos, as ligas de titânio são usadas para substituir ou reforçar ossos danificados, promovendo estabilidade e suporte estrutural.
VOCÊ SABIA?
I - O titânio pode ser reciclado após o uso?
II - O titânio pode ser colorido para fins médicos?
III - Por que o titânio é usado em placas de crescimento para crianças?
IV - Como o titânio minimiza o risco de infecção?
V – O titânio é utilizado em terapias para combate ao câncer?
As placas de titânio são usadas em cirurgias ortopédicas pediátricas porque são altamente personalizáveis e podem ser moldadas para se adaptar ao crescimento dos ossos das crianças. Essas placas ajudam a corrigir deformidades ósseas sem comprometer o desenvolvimento natural.
O titânio possui uma superfície que dificulta a adesão de bactérias, o que reduz o risco de infecção após a cirurgia.

O titânio pode ser anodizado - processo que modifica a cor do metal sem afetar suas propriedades. Isso é útil em cirurgias para ajudar aos cirurgiões a identificar rapidamente diferentes tipos de implantes ou componentes durante um procedimento.
Implantes de titânio que não são mais necessários podem ser reciclados e reaproveitados. Embora o processo de reciclagem seja complexo devido à necessidade de remoção de qualquer resíduo biológico, o valor do titânio e sua capacidade de ser reutilizado fazem dele um recurso sustentável na medicina.
Sim, é usado em tratamentos oncológicos, especialmente em próteses para substituição óssea em áreas afetadas por tumores, sendo uma alternativa segura e eficaz, além de permitir que o paciente mantenha a mobilidade e função.
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